terça-feira, 11 de agosto de 2020

Giovanni Gentile e o Facismo como concretização Revolucionária

Excerto do livro: "Os intelectuais de Mussolini"
A. James Gregor.
https://press.princeton.edu/books/paperback/9780691127903/mussolinis-intellectuals




Em 1923, Panunzio traçou o sindicalismo revolucionário desde suas origens com Georges Sorel através dos enfoques filosóficos do George W. F. Hegel ao idealismo dos Gentileanos. Panunzio entendeu o "estado sindicalista" que ele antecipou como a resposta construtiva da nação
à desintegração do estado liberal antebellum.

Ao final da Grande Guerra, Gentile havia formulado as principais linhas da filosofia política que proporcionaria a união das forças do nacionalismo e do sindicalismo. Em 1918, Gentile falou da antecipação de um "novo estado" revolucionário que seria a expressão da vontade nacional "plenamente racional e concreta" dos italianos em sua coletividade.

Neste "estado revolucionário", a política e moralidade, interesses locais e nacionais, combinariam de forma tão perfeita que os indivíduos se identificariam plenamente com suas ações. Este novo estado seria uma realidade espiritual na qual todos encontrariam seu lugar.  Ele seria um estado encarregado do desenvolvimento acelerado da indústria, da cultura e da politica da retrógrada península Italiana.

Gentile reconheceu que tais desenvolvimentos seriam essenciais se a recém-reunificada Itália quer fugir da posição inferior à qual se encontrava em relação aos seus contemporâneos, industrialmente mais avançados.



Gentile estava convencido de que, particularmente em tempos de crise, indivíduos excepcionalmente dotados foram capazes de intuir o sentimento político majoritário. Tais líderes seriam aqueles que representariam as pessoas, como chefes de estado ou líderes de revoluções - manifestando uma vontade não limitada a sua própria individualidade, mas que englobaria a vontade geral de todos.

O conceito político de Gentile está enraizado no anti-individualismo do idealismo clássico. O conceito de política entretido pelo Actualismo individual, juntamente com as classes de indivíduos,
a liderança do Estado, e o próprio Estado, constituí em Gentile, uma unidade moral integral.

Em 1916, como professor de jurisprudência no Ateneu de Pisa, Gentile ensinou que a lei e a moral eram em essência uma única coisa. Para Gentile, a lei - na sua própria origem - é necessariamente e inextricavelmente moral. E, por implicação, inescapável, universal.

A moralidade implica universalidade - implicando então uma colectividade totalitária.



Com efeito, Gentile começou sua análise com a distinção Kantiana entre a razão prática e a razão pura. Para Gentile, até 1916, todos aquelas distinções introduzidas por Panunzio em 1907 foram identificadas como momentos "abstratos". Ao final da Primeira Guerra Mundial, Gentile tinha, de modo geral, completado seu período pós-Kantiniano a sua radical Reforma da dialética Hegeliana para produzir o "Actualismo", a "filosofia do puro ato", que tratava de todas as questões da política,
lei, ética e moralidade que se desencadeariam no Fascismo.

No momento em que os primeiros "esquadrões de ação" fascistas se mobilizaram no Norte da Itália
em 1919, o nacionalismo, o sindicalismo nacional e o "Actualismo" tinham começado a se unir para fornecer a primeira formação filosófica racional da sua posição nacional, desenvolvimentista e revolucionária. 

Panunzio genuinamente falava da sua convicção políticas como uma união entre pensamento e ação. Ele fala de um emergente aristocracia política que formaria um Estado revolucionário que, em
invertendo a política atual, fomentaria uma nova e revolucionária consciência coletiva.  Ele falava
do estado organizando as massas sem articulações em "corporações" produtivas que serviriam como agentes institucionalizados do Estado

Mussolini conseguiu, constitucionalmente, governar em outubro de 1922  [e] imediatamente chamou Giovanni Gentile para servir como seu conselheiro. Ele identificou seu novo Ministro da Educação como seu "professor".